A pensão pública paga pela Segurança Social poderá representar apenas uma parte — e não a totalidade — do rendimento que hoje recebemos em idade ativa.
O sistema público português de pensões baseia-se num modelo de repartição (pay-as-you-go): as contribuições dos trabalhadores no ativo financiam as pensões dos atuais reformados. Este modelo assenta num pacto geracional — o pressuposto de que haverá sempre jovens suficientes a trabalhar para sustentar as reformas de quem já saiu do mercado laboral.
Contudo, essa relação está a mudar. O envelhecimento demográfico é uma das transformações mais marcantes do século XXI. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a população com mais de 65 anos representava cerca de 24% dos residentes em 2023 e poderá ultrapassar os 35% em 2050. Menos contribuintes e mais pensionistas significam uma pressão crescente sobre o sistema.
Atualmente, muitos trabalhadores reformam-se com uma pensão equivalente a 60% do seu último salário. Contudo, a Comissão Europeia estima que essa percentagem possa descer para cerca de 38,5% até 2050, se as regras se mantiverem inalteradas.
Há várias formas de reduzir a dependência exclusiva da pensão pública:
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Começar a poupar cedo: mesmo pequenas quantias, investidas com regularidade, beneficiam do efeito dos juros compostos.
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Criar uma segunda linha de reforma: produtos como PPRs, fundos de pensões ou ETFs de longo prazo podem complementar o rendimento futuro. Pessoalmente, já sabem, gosto de produtos que paguem dividendos.
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Simular a pensão futura: o simulador da Segurança Social Direta permite estimar a tua taxa de substituição, tendo em conta a carreira contributiva.
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Diversificar fontes de rendimento: rendas, trabalho parcial ou projetos pessoais podem assegurar uma maior estabilidade financeira.

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